quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Portillo - Mendoza - Buenos Aires - Apiúna

24/08/07 – (sexta-feira) – 22º dia – Santiago / Mendoza:
Tomamos café e pegamos a estrada. Ao contrário da entrada, a saída de Santiago foi bem fácil! Seguimos na direção norte e em pouco tempo estávamos na rodovia que nos levaria a Los Andes, Portillo e a fronteira com a Argentina, onde veríamos o Aconcágua, outro ponto alto de nossa viagem! (yuhhhhhúúúúú...........).
Pagamos mais dois pedágios antes de encontrar a Ruta 60 que nos levaria até a fronteira. Subindo esta rodovia tivemos nossa primeira visão da Cordilheira dos Andes completamente coberta de neve, ficamos eufóricas! As montanhas ao nosso redor ainda apresentavam uns parcos arbustos verdes sempre acompanhadas por um rio de águas cristalinas serpenteando ao lado da rodovia e lá, bem lá no fundo, a majestosa cordilheira toda branquinha. Que emoção!!! Aos poucos as montanhas verdes e marrons foram ficando pra trás e entramos de vez no meio da cordilheira, a paisagem agora era toda de altos picos cobertos de neve e em pouco tempo chegamos ao conhecido trecho Los Caracolles, uma subida íngreme com 31 curvas de 180º, o que nos obrigou a fazer todo o trajeto em segunda marcha. Logo depois chegamos a Portillo, uma estação de esqui que, segundo nosso guia, é considerada umas das mais chiques da América do Sul. Eu, particularmente, não achei lá essas coisas (e o que eu entendo de estação de esqui, né? hahahaha...). É um lugar muito bonito e com apenas um hotel, o Hotel Portillo, prédio restaurado dos anos 40 nas margens da Laguna Del Inca (que estava congelada) e com uma multidão de brasileiros. Almoçamos no restaurante do hotel, perambulamos pelos arredores, tiramos muitas fotos e seguimos viagem. Depois de 7 km chegamos na aduana Chilena, apresentamos os documentos necessários e legalizamos nossa saída do Chile. Adiós Chile!
CONSELHO: troque ou gaste todas suas moedas chilenas em Portillo, pois elas não serão aceitas na Argentina, só as notas de papel.
Logo depois chegamos ao túnel Cristo Redentor, que liga os dois países, com cerca de 3.200 m de extensão. No meio do túnel existe uma placa avisando: “Bem-vindo a Argentina”, informando a fronteira real entre os dois países e a Ruta 60 se transforma em Ruta 7. Um pouco mais adiante nos deparávamos com a magnífica visão da entrada do Parque Provincial do Aconcágua, situado no Valle de Horcones, todo coberto de uma espessa camada de neve. A estrada está numa altitude de 2.850 manm e o topo do “bicho” está a exatos 6.962 manm. Estacionamos o carro e fomos conversar com uma garota que estava fiscalizando o trabalho de uma máquina de tirar neve. Ela nos disse que era possível chegar até um mirante a uns 2 km adentro e de onde teríamos uma visão mais completa do gigante branco. O frio era intenso e voltamos até o carro para pegarmos as roupas de neve (finalmente íamos usá-las!). Seguimos pelo caminho que sem aquela neve toda era de asfalto, sempre acompanhando as placas de sinalização que estavam quase totalmente soterradas até o Centro de Informações do parque, distante 1 km do estacionamento e que levamos quase 1 h pra percorrer com aquela neve toda. Uma garota simpática nos atendeu e autorizou nossa ida até o mirante, mas nos recomendou seguir sempre as placas informativas, que também estavam quase soterradas. Caminhar na neve não estava se mostrando uma tarefa das mais fáceis, a dificuldade para respirar devido à altitude fazia o coração bater acelerado. O frio (que segundo a guarda-parque era de -15º) e o vento contribuíam para dificultar ainda mais nosso objetivo. Conforme avançávamos a nossa esquerda o pico do Aconcágua já se mostrava imponente aos nossos olhos. Íamos devagar apreciando a beleza daquele lugar e de vez em quando pisávamos na neve fofa e afundávamos até os joelhos, caíamos na gargalhada e jogávamos neve pra cima. Estar ali era inacreditável! Levamos mais de 1 h pra percorrer 1 km até o mirante de onde pudemos admirar toda a beleza do “Sentinela de Pedra”, significado da palavra Aconcágua. Deste mirante, situado a 2.950 manm, pode-se apreciar a parede sul da montanha. Nesta parede pode-se observar glaciares gigantes denominados de seraks. O glaciar superior possui uma espessura entre 200 e 300 metros. Esta magnífica montanha é a mais alta do mundo fora os picos do Himalaia e pensei na quantidade de pessoas que já passaram por ali para enfrentar o desafio de chegar a 7.000 metros de altitude por meios próprios, e de quantos já perderam a vida tentando esse feito. Voltamos pelo mesmo caminho e antes de chegarmos ao centro de informações demos uma olhadinha pra trás e o “grandão” nos presenteou com a famosa “fumacinha” no seu ponto mais alto. Show de bola!!!! Agradecemos a guarda-parque pela atenção e saímos daquele paraíso com a certeza de que acabávamos de ver o resultado da combinação da força da natureza: a água, o vento e os glaciares que modelaram o atual Aconcágua ao longo de milhões de anos. Valeu a pena, he... he...
Logo depois chegamos na aduana Argentina, preenchemos mais papéis para legalizar nossa entrada, uma revista rápida no carro, uma conversa com os policiais dizendo o que faríamos e quantos dias iríamos ficar no país e fomos liberadas rapidinho, sem muita burocracia. O que subimos antes estávamos descendo agora e aos poucos as montanhas cobertas de neve foram dando lugar novamente as montanhas verdes e marrons, havíamos acabado de cruzar a Cordilheira dos Andes (yuhúúúúúú...............). Em Uspalatta dobramos a direita em direção a Mendoza. Já estava anoitecendo e a paisagem ia mudando de tonalidade, passando dos picos marrons com branco a montanhas multicoloridas com alguns parcos montes congelados ao fundo. Anoiteceu rapidamente, o frio era intenso dentro do carro e para piorar começou a chover. Naquela escuridão, de repente, percebemos que a chuva não era chuva, era NEVE!!!! Sim, isso mesmo. Estava nevando!!! Parei no acostamento, pulei do carro (Virna não topou, estava congelada! risos) e pude sentir os floquinhos de neve caindo sobre minha cabeça. Ma-ra-vi-lha!!! Que dia espetacular!!!
Chegamos em Mendoza, nos instalamos em um bom hotel e fomos comer uma deliciosa pizza acompanhada (logicamente) de um bom cabernet sauvignon no centro da cidade. Voltamos ao hotel, TV e cama...
GASTOS pesos chilenos: (colocarei as despesas em peso chileno e no final uma somatória em reais):
2.100,00 – 2 pedágios;
30.000,00 – almoço;
CLP 32.100,00 = R$ 129,02

GASTOS pesos argentinos: (colocarei as despesas em peso argentino e no final uma somatória em reais):
48,00 – jantar + gorjeta;
80,00 – hotel;
$ 128,00 = R$ 84,48 (Viva a Argentina!!! Aqui tudo é bem mais barato!!!)
TOTAL = 213,50 (sobrando 95,61)
GERAL = R$ 5.581,71

25/08/07 (sábado) – 23º dia - Mendoza:
Acordamos mais tarde naquela manhã, olhamos no relógio e já passava das 9 h. Como o café da manhã era servido até às 10 h, descemos rapidinho para tomar o mesmo e a senhora que nos atendeu não estava com uma cara muito boa. Trouxe nosso café, que voltou a ser uma xícara de café solúvel, uma meia-lua, um doce e uma porção de manteiga. (risos).
Saímos e fomos bater pernas pelo centro de Mendoza, que é quase totalmente plana, a menos de 100 km da eternamente sempre congelada Cordilheira dos Andes, cujos picos são nitidamente visíveis da cidade. Entramos no Mercado Central, que é o centro comercial mais antigo da Província, fundado em 1883, e que oferece grande variedade de produtos como frutas, verduras, carnes, embutidos, pescados, mariscos, queijos, presuntos, ervas especiais, plantas e gastronomia típica. Compramos uma infinidade de biscoitos e amêndoas e fomos almoçar em um restaurante especializado em massas, eu optei por um penne ao molho de salmão e Virna ficou com um talharim ao molho pesto sempre com um bom cabernet. Tomamos um limoncello (licor típico da Argentina) para finalizar e voltamos às compras, dessa vez para nos enchermos de vinho. Com certeza iríamos voltar ao Brasil carregadas de vinho. Ficamos nessa tarefa a tarde toda. Voltamos ao hotel, arrumamos nossas aquisições (quanto vinho!!!) no carro, tomamos um banho rapidinho (estava ficando muito frio), pois já eram quase 18 h e queríamos voltar ao Mercado Central, que fechava às 20 h. Quando chegamos na recepção, por um acaso olhamos o relógio na parede e constatamos já passar das 19 h, olhamos nosso relógio e nele marcavam 18:15 h. Pôxa vida, estávamos ainda com o horário chileno no relógio, que era de menos 1 h. Agora entendemos o mau humor da senhora que nos serviu o café da manhã. Na verdade, quando descemos para tomar café, já passava muito das 10 h (hahahahaha........). Explicamos o “causo” para a senhora, pedimos desculpas e saímos correndo dali em direção ao Mercado, chegando lá quinze minutos antes de cerrar as portas, dando tempo de comprar patê de azeitonas e folhas de parreira na conserva, que tinham ficado pra trás na nossa lista (risos). Como não estávamos com muita fome decidimos que íamos fazer um lanche no quarto do hotel e compramos um pouco de queijo, salmão defumado e pães para isso. Passeamos ainda por cerca de 2 h por uma feirinha de artesanato, voltamos ao hotel, lanchamos e fomos dormir pois o dia seguinte seria só de asfalto novamente, por cerca de 950 km até Buenos Aires.
GASTOS:
157,75 – compras;
101.50 – almoço + gorjeta;
167,78 – vinhos;
25,70 – queijo, salmão e pães;
80,00 – hotel;
TOTAL $ 532,73 = R$ 351,60 (sobrando 2,07 – Vivaaaaaaaaaa.... estamos conseguindo diminuir).
GERAL = R$ 5.933,31

26/08/07 (domingo) – 24º dia – Mendoza / Buenos Aires:
Levantamos cedinho, tomamos café, abastecemos o carro e nos despedimos da cidade. Rodamos o dia inteiro e, conforme nos distanciávamos de Mendoza e nos aproximávamos de Buenos Aires a paisagem ao nosso redor ia mudando lentamente, passando das paragens marrons com as montanhas geladas ao fundo para imensas pastagens com grande quantidade de gado, áreas alagadas repletas flamingos rosados e muito verde. Paramos somente para fazer um lanche, reabastecer o carro e pagar uma infinidade de pedágios. Não queríamos chegar muito tarde na capital Argentina.
Próximas de nosso destino pudemos novamente apreciar mais um belo pôr do sol, selando nosso dia cansativo de tanto dirigir com uma visão espetacular, mais uma vez de emocionar! Chegamos por volta das 19 h e, ao contrário de Santiago, achamos a rua do hotel indicado no guia bem rápido, o problema é que o mesmo estava lotado. Tuuuuuuuuudo bem! Saímos à procura de outro e acabamos nos perdendo no centro da cidade e tudo o que não queríamos naquele momento era ficar rodando de um lado para o outro. Foi aí que lembramos que em Buenos Aires tinha Hotel Íbis. Numa sinaleira abordamos um taxista e pedimos para ele nos levar até lá. Foi em vão, pois o Íbis também estava lotado. Deixamos o carro em frente ao hotel e saímos a pé a procura de outro e logo achamos um que ainda tinham vagas nas redondezas, pertinho do centro. Nos instalamos, tomamos um banho e fomos jantar um caprichado canelone numa simpática casa de massas logo na esquina da rua do nosso hotel. Caímos exaustas na cama, não sem antes ligar a TV (risos).
GASTOS:
65,54 – posto Mendoza (7.322 km);
17,10 – lanche;
77,00 – posto Parador la Lucila (7.863 km);
19,70 – 10 pedágios (só não tinha mais por falta de estrada! hahaha...);
39,40 – jantar;
114,00 – hotel + garagem;
TOTAL $ 332,72 = R$ 219,61 (sobrando 40,52).
GERAL = R$ 6.152,92

27/08/07 (segunda-feira) – 25º dia – Buenos Aires:
Acordamos tarde e acabamos perdendo o horário do café da manhã. Fomos tomar café no mesmo lugar da janta na noite anterior e fomos bater pernas pelo centro de Buenos Aires, a terceira maior cidade da América Latina e famosa pelo tango. Fomos até a Plaza del Congresso, dominada pelo edifício de arquitetura greco-romana do Congresso Nacional e onde está o notável monumento a los Dos Congresos, uma série de esculturas colocadas sobre degraus de granito e cujo topo se encontra a figura da República. Vimos uma interessante praça só para cachorros, me diverti muito dando milho aos pombos (risos), passamos pelo Obelisco, um monumento de 67 metros de altura que fica no cruzamento da Av. 9 de Julio com a Av. Corrientes, erguido em 1936 e próximo ao restaurante onde iríamos almoçar, um simpático ambiente onde ainda encontramos gentis garçons de jaquetas brancas especializado em bife de chorizo com papas fritas, uma delícia!!!. Voltamos ao centro, assistimos uma apresentação de tango na movimentada Rua Flórida (só para pedestres) e fomos até a Plaza de Mayo, onde acontecem manifestações semanais das Madres de la Plaza (mães que possuem filhos desaparecidos na ditadura) e onde está a Casa Rosada, sede do governo argentino. Passamos pelo Cabildo, o único edifício sobrevivente da época colonial e entramos na Catedral Metropolitana, uma construção robusta em estilo neoclássico e que abriga no seu interior o mausoléu do herói da Independência, general San Martín.
Anoitecemos perambulando pra lá e pra cá, saboreando cafés, tiramisus e alfajores. Ligamos pra casa pra dar notícias e, como o almoço foi muito bem servido, decidimos passar em um mercado onde compramos pão, presunto, queijo e suco para fazermos um lanche no quarto mesmo. Assistimos um pouco de TV e fomos dormir.
GASTOS:
7.45 – café;
71,50 – almoço + gorjeta;
16,90 – café + alfajores;
14,00 – telefone;
10,15 – mercado;
104,00 – hotel + garagem;
TOTAL $ 224,00 = R$ 147,84 (sobrando 150,74).
GERAL = R$ 6.300,76

28/08/07 (terça-feira) – 26º dia – Buenos Aires:
Levantamos, tomamos café e fomos para o centro pois queríamos conhecer o metrô de Buenos Aires. Aproveitamos e fomos de metrô até o bairro La Boca, famoso por seu time de futebol, o Boca Juniors e por suas casas de madeira e ferro pintadas de cores fortes. Desembarcamos na estação e pegamos um táxi até La Bombonera, onde está o famoso Caminito, fundado pelo mais famoso artista local Benito Quinquela Martín, que pintou cenas da vida cotidiana do bairro e estimulou os moradores a perpetuar a tradição dos imigrantes de pintar suas casas de cores vivas. No meio da rua existe uma feira de artesanato ao ar livre e onde acontecem apresentações de tango durante o dia todo. Almoçamos num dos vários restaurantes do bairro e passeamos pelas ruas do Caminito sem pressa, dando milho aos pombos e tomando sorvete (risos). Compramos mais um imã pra nossa coleção e chegamos às margens do rio, que nesse ponto é chamado de Riachuelo (muito sujo) e de onde tivemos uma visão do marco da cidade: a Ponte Transbordador, uma ponte de ferro construída nos primeiros anos do século 20 e hoje desativada. No fim da tarde voltamos ao centro de ônibus (sem cobrador e que deve ser pago com moedas) e rodamos por lá até anoitecer. Mais uma vez passamos no mercado e compramos nosso jantar (pão, presunto, queijo e suco). Fazer um lanche no quarto do hotel estava se tornando rotina e uma excelente pedida para quem já estava com saudades da “comidinha de casa!” (risos).
Fomos dormir cedo, pois novamente o dia seguinte ia ser só de estrada. Pelas nossas contas ainda estávamos a 2.000 quilômetros de casa e ainda queríamos passar pela Rivera, no Uruguai.
A essas alturas não sentia vontade nenhuma de fumar.
GASTOS:
1,40 – metrô;
8,00 – táxi;
45,00 – almoço + gorjeta;
12,00 – café;
13,00 – imã, sorvete, pipoca;
1,60 – ônibus;
33,00 – compras;
4,50 – sorvete;
17,01 – mercado;
100,00 – hotel + garagem;
TOTAL $ 235,51 = R$ 155,44 (sobrando 253,36).
GERAL = R$ 6.456,20

29/08/07 (quarta-feira) – 27º dia – Buenos Aires / Tacuarembó:
Acordamos, tomamos café, abastecemos o carro e, olhando o mapa, descobrimos que ainda teríamos uns quatro pedágios pela frente até cruzarmos a fronteira com o Uruguai. Lembramos que não tínhamos mais nenhum peso argentino na carteira e precisávamos trocar antes de partir. Como as casas de câmbio só abriam às 10 h, tivemos que esperar algum tempo para podermos cambiar alguns dólares (risos). Feito isso pegamos a estrada, tentaríamos chegar em Rivera até o anoitecer. Sair de Buenos Aires também foi super fácil e em pouco tempo já estávamos na Ruta 11 que nos levaria até o acesso a Ruta 14, onde cruzaríamos o rio Paraná em direção ao Uruguai.
Paramos para almoçar em Zarate e chegamos em Paysandú, na fronteira com o Uruguai, por volta das 17 h. Tivemos que pagar $ 11,00 de pedágio pra passar na ponte que liga os dois países (um absurdo em relação aos valores dos outros pedágios!). Chegamos na aduana, apresentamos os documentos necessários, legalizamos nossa saída da Argentina e preenchemos mais papéis para legalizar nossa entrada no Uruguai. Dessa vez os fiscais pegaram pesado e revistaram nosso carro todinho, o que atrasou muito a nossa viagem e nos rendeu a perda parcial de uma máscara de argila, que compramos em Purmamarca. Um policial grosseiro puxou um dos cobertores bruscamente de dentro do carro onde as máscaras estavam enroladas, trincando uma delas. Coisa que só fomos perceber quando chegamos em casa. Affffffffff....... sorte daquele “lazarento”! hahahahaha..............
Até ajeitarmos as coisas novamente no carro demorou um bocado e quando saímos da aduana já passava das 18 h. Afffffffffff.......... Não iríamos conseguir chegar a Rivera naquele dia. Rodamos o que deu pela Ruta 26 (mais uma paradinha para curtir outro belo pôr do sol) até chegarmos em Tacuarembó, uma cidade não muito grande e uns 115 km antes de Rivera, já perto das 20 h e foi lá que resolvemos passar a noite. Paramos em um posto para abastecer, trocamos alguns dólares por peso uruguaio (cotação: R$ 1,00 = $ 11,11), pedimos informações sobre hotéis, nos instalamos, jantamos e fomos dormir exaustas. Não agüentávamos mais dirigir! (risos).
GASTOS pesos argentinos: (colocarei as despesas em peso argentino e no final uma somatória em reais):
70,00 – posto Buenos Aires (8.391 km);
27,60 – 5 pedágios (incluindo aquele absurdo da ponte);
31,40 – almoço;
$ 129,00 = R$ 85,14

GASTOS pesos uruguaios: (colocarei as despesas em peso uruguaio e no final uma somatória em reais):
1.270,00 – posto Tacuarembó (8.965 km) – a gasolina voltou a ser mais cara que no Brasil;
210,00 – jantar + gorjeta;
505,00 – hotel;
$ 1.985,00 = R$ 178,67
TOTAL = R$ 263,81 (sobrando 247,61).
GERAL = R$ 6.720,01

30/08/07 (quinta-feira) – 28º dia – Tacuarembó / Rivera:
Acordamos e sem muita pressa fomos tomar café da manhã, que não foi muito diferente do servido na Argentina. Partimos pela Ruta 5 em direção a Rivera, chegando lá perto do meio-dia. Procuramos um restaurante e nos fartamos com uma saborosa picanha na chapa (que saudades!!!).
Perambulamos pelo centro da cidade que na verdade é uma Zona Franca, cheia de lojas que oferecem de tudo a preços super baratos, sem impostos. Uma festa para os consumidores, principalmente os brasileiros. Nos informamos que U$ 300 por pessoa era o limite de compras que podíamos levar para o Brasil sem precisarmos declarar na fronteira. Show!!! Fomos às compras e ficamos nessa tarefa até anoitecer. Saímos de lá a procura da aduana para legalizar nossa saída do Uruguai e não encontramos nada! Diferentemente das outras fronteiras, entre Brasil e Uruguai não existe uma rodovia ou rua que somos obrigados a seguir e que nos leva até uma aduana e, por incrível que pareça, quando nos demos conta já estávamos em solo brasileiro. Uma grande avenida corta a cidade, de um lado fica Rivera – Uruguai e do outro Santana do Livramento – Brasil. Perguntamos para algumas pessoas como faríamos e ninguém soube nos explicar. Até chegamos a ver uma placa informando a direção da aduana uruguaia mas estávamos cansadas e fomos procurar um hotel. Resolveríamos isso no dia seguinte.
A única coisa que perguntamos no primeiro hotel que achamos foi o que era servido no café da manhã. Café de grão, leite, chá, suco, pão e bolos de todos os tipos, presunto, queijos, requeijão, nata, geléias, iogurte, frutas, ovos, pão de queijo, salsichas, etc... À VONTADE, nem nos interessamos em saber de quanto era a diária! Era nesse mesmo que íamos ficar! (risos).
Nos instalamos, tomamos um banho e descemos para saborear uma sopinha servida no restaurante do hotel. TV e cama...
GASTOS pesos uruguaios: (colocarei as despesas em peso uruguaio e no final uma somatória em reais):
36,00 – pedágio;
30,00 – gorjeta;
$ 66,00 = R$ 5,94

GASTOS em reais:
34,00 – almoço;
257,60 – compras;
17,80 – jantar;
120,00 – hotel;
TOTAL = R$ 435,34 (sobrando 70,33).
GERAL = R$ 7.155,35

31/08/07 (sexta-feira) – 29º dia – Rivera / Nova Petrópolis:
Acordamos e fomos tomar café da manhã. Minha nossa, que banquete! Já estávamos com saudades dessa fartura toda. Olha... com certeza o que vimos foi fantástico, maravilhoso e já estamos morrendo de saudades! Mas comer como se come aqui no Brasil?!?!? É difícil!!!
Nos demoramos um pouco além da conta nessa tarefa e quando saímos do hotel já passava das 10 h. Ainda demos uma volta na cidade procurando a tal aduana, pois queríamos legalizar nossa saída do Uruguai mas não encontramos nada. Decidimos seguir viagem. Pegamos a BR 293 e logo depois a 158 e em pouco tempo estávamos em Rosário do Sul. De lá seguimos pela Rodovia Osvaldo Aranha (BR 290) até Porto Alegre, parando apenas para abastecer e fazer um lanche (o café da manhã tinha sido um exagero! Risos). Subimos pela BR 116 até Nova Petrópolis e onde iríamos ficar até domingo, fechando nossa bela viagem com o visual fantástico das serras gaúchas.
Chegamos por volta das 18 h, nos acomodamos em uma charmosa pousada, descansamos, tomamos um banho e fomos passear pelo centro da cidade até a Praça da República, que é mais conhecida como a Praça das Flores por estar sempre florida e bem cuidada, especialmente na primavera e no verão. Sua principal atração é o labirinto verde.
Entramos num simpático restaurante e o nosso jantar foi um delicioso rodízio de sopas. Uma delícia!
Fomos dormir pois estávamos pregadas, tínhamos rodado cerca de 600 km nesse dia.
GASTOS:
10,60 – 2 pedágios;
8,00 – lanche;
82,93 – posto Pantano Grande (9.487 km);
26,00 – jantar;
70,00 – pousada;
TOTAL = 197,53 (sobrando 130,86)
GERAL = R$ 7.352,88

01/09/07 (sábado) – 30º dia – Nova Petrópolis / Gramado / Canela:
Acordamos meio tarde e fomos tomar um café que, para nossa surpresa e deleite, era colonial. Não era completo mas estava uma delícia! Fomos até o centro da cidade visitar o Parque Aldeia do Imigrante. São mais de 10 hectares de área verde com espécies nativas onde encontramos artesanato (compramos mais um imã), malhas, culinária típica alemã e o Biergarten (Jardim da Cerveja). No interior do parque uma aldeia histórica foi reconstruída com prédios originais da época da colonização (1875 – 1910).
Voltamos até a Praça das Flores para fotografar a beleza de seus jardins sempre floridos e partimos em direção a Canela, passando batidas por Gramado. Chegamos por volta das 13 h, visitamos a Catedral de Pedra, fomos almoçar e depois rodamos pelas ruas em volta da igreja, entrando em pequenas lojas para comprar mais imãs e artesanato local. Visitamos o “Pinheiro Grosso”, uma araucária considerada a mais grossa da região, com 48 metros de altura e idade estimada em 700 anos, a circunferência de seu tronco, a 1,20 m do solo, é de 8,50 m.
- “Show de bola pinheirinho! Valeu amigão”. Com essas palavras nos despedimos dessa raridade e partimos para visitar a Cascata Caracol. A visão que se tem de cima é fantástica e uma escadaria gigante com 751 degraus nos leva até a base dela. Resolvemos encarar o desafio (eu né!!!! Sim... porque para Virna, acostumada com 2 h diárias de academia, isso era moleza! risos). O engraçado é que existem placas avisando: “Você já desceu X degraus. Para chegar a base ainda faltam X degraus. Verifique suas condições físicas. Descanse!”. Segui essas recomendações ao pé da letra (risos). Lá embaixo a visão da cascata também impressiona e não pudemos nos demorar muito porque já estava anoitecendo. A subida foi exaustiva e muito lenta (pra mim). A cada pouco as placas me davam novo ânimo: “Você já subiu X degraus. Para chegar ao topo ainda faltam X degraus. Verifique suas condições físicas. Descanse!”.! (affffffffff........ hahahahaha............).
Chegamos em Gramado por volta das 18 h, paramos para tirar a clássica foto do portal e voltamos para Nova Petrópolis.
Tomamos banho e fomos a pé até o restaurante para jantar. O cardápio escolhido foi um belo rodízio de fondue (queijo, carne e chocolate) acompanhado logicamente do nosso tradicional cabernet sauvignon, para fechar com chave de ouro nossa aventura que tinha começado há trinta dias atrás. Minha nossa, passou voando! Brindamos muito! Sorrimos muito! Estávamos felizes (tudo tinha corrido muito bem) e tristes (estava chegando ao fim) ao mesmo tempo.
Caminhamos silenciosas até a pousada. Com certeza momentos da viagem passavam por nossas lembranças e isso foi o suficiente para preencher aquele momento.
GASTOS:
10,00 – ingressos parque imigrantes;
33,55 – almoço + gorjeta;
46,50 – imãs + artesanatos;
12,50 – farmácia;
16,00 – entrada cascata caracol;
11,80 – 2 pedágios;
82,00 – jantar + gorjeta;
75,00 – hotel + águas;
TOTAL = 287,35 (sobrando 101,57).
GERAL = R$ 7.640,22

02/09/07 (domingo) – 31º dia – Nova Petrópolis / Apiúna:
Último dia de nossa viagem! Levantamos cedo, tomamos café e pegamos a estrada rapidinho pois a saudade de casa já era enorme. Seguimos pela 116 até Lages onde paramos para almoçar. Pegamos a 282 até o acesso a Otacílio Costa, abastecemos e seguimos em direção até a 470 e que nos levaria até nossa pequena Apiúna.
Chegamos em casa já passava das 16 h. Fomos recebidas com carinho e muitos latidos pela minha (ninguém gosta dela) saudosa "Bis" (uma pincher pra lá de barulhenta) e minha querida mamãe. Nos abraçamos e comemoramos nossa chegada, sentindo muita falta do Miskão e “quase” nenhuma do cigarro.
O odômetro do carro marcava 38.046 km.
Já estamos pensando na próxima aventura. Aguardem... (risos).
GASTOS:
21,00 – 4 pedágios;
32,00 – almoço;
30,00 – posto Otacílio Costa (10.124 km);
TOTAL = R$ 83,00 (sobrando 276,63).
GERAL = R$ 7.723,37


QUANTIDADE DE DIAS = 31
TOTAL DE QUILÔMETROS RODADOS = 10.249
GASTOS COM COMBUSTÍVEL = R$ 1.440,50
TOTAL DE GASTOS = R$ 7.723,37
TOTAL DE PERRENGUES = MUITOS POUCOS (hahahahaha..........).

Agradecimentos especiais a:
Edilson – de Ponta Grossa/PR, que nos deu as primeiras dicas da viagem;
Mazinho – de Apiúna, que nos emprestou o cambão;
Cristina e Cristiane – da Imobiliária Menegotti de Jaraguá do Sul, que nos enviaram o RG de Virna pelo sedex;
Fabíola – da agência Chile Turismo Aventura, que nos permitiu seguí-la pelo deserto e nos mostrou pequenos/grandes encantos do Atacama;
Jorge – de Viña Del Mar/Chile, que tentou nos ajudar quando atolamos;
Carabineiros do Chile – que nos tiraram do atoleiro.

VALEU! ATÉ A PRÓXIMA!

Um comentário:

joel.coelho@gmail.com disse...

PARABENS !!! Ja que voces estao escoladas em viajar ja , porque naoi vao para USHUAIA ???Se quiserem dicas podem perguntar !joel.coelho@gmail.com